Bruxelas, 28 de junho de 2023 – Tomadores de decisão europeus, delegações africanas e ONGs reuniram-se no Parlamento Europeu em 27 de junho de 2023 para discutir a melhor forma de combater o tráfico de vida selvagem, que é crucial para combater a perda de biodiversidade.

O evento, organizado pelo eurodeputado Alex Agius Saliba (S&D Malta), teve um forte foco no Plano de Ação da UE contra o Tráfico de Vida Selvagem . Vários tópicos foram discutidos, incluindo a necessidade de prevenir o tráfico de vida selvagem e abordar as suas causas profundas, as estruturas políticas e regulamentações existentes, o papel fundamental das comunidades locais, bem como a importância de parcerias globais.

O eurodeputado Alex Agius Saliba referiu-se ao facto de o comércio ilegal de animais selvagens continuar a ser um problema grave e generalizado, pelo que são necessárias ações e maior sensibilização. No seu discurso de abertura, afirmou: “ Estou satisfeito que a UE esteja a tomar iniciativas para combater o tráfico de vida selvagem, pois a UE tem um papel fundamental a desempenhar. É importante enfatizar que o uso e o comércio legal e sustentável da vida selvagem podem contribuir para a restauração de populações de espécies ameaçadas, criando incentivos de conservação para comunidades locais. As comunidades locais são afetadas em muitos níveis pelo comércio ilegal de vida selvagem e devem continuar a ser reconhecidas como parceiras essenciais no combate ao tráfico de vida selvagem”.

No Plano de Ação da UE contra o Tráfico de Vida Selvagem, a UE está globalmente bem posicionada para ajudar a liderar a luta contra o tráfico de vida selvagem. Isso foi enfatizado no discurso principal do Sr. Jorge Rodriguez Romero , Chefe de Unidade, Cooperação Ambiental Global e Multilateralismo, DG Meio Ambiente, Comissão Europeia: “O comércio ilegal de espécies leva à perda de biodiversidade, aumenta os riscos para a saúde pública e priva as comunidades locais de uma receita legal e sustentável. O plano de ação da UE contra o tráfico de vida selvagem, recentemente adotado, visa fornecer um quadro abrangente para intensificar os esforços de combate ao comércio ilegal de vida selvagem, tanto na UE como a nível mundial. As comunidades locais têm um papel fundamental a desempenhar na gestão e conservação da vida selvagem e o seu envolvimento ativo é essencial para combater eficazmente o comércio ilegal de vida selvagem ”.

Diversas estratégias para combater o tráfico de animais selvagens e a caça furtiva foram citadas durante o evento. As delegações africanas presentes destacaram as iniciativas já existentes. Foi reconhecida a necessidade de implementar iniciativas dentro e fora da UE que apoiem os meios de subsistência e incentivem as comunidades locais a apoiar e valorizar a conservação da vida selvagem.

O turismo baseado na natureza, a caça bem gerida e o comércio sustentável da vida selvagem foram destacados como importantes para apoiar a conservação e financiar operações anti-caça furtiva.

Referindo-se aos esforços de conservação existentes na Tanzânia, HE Jestas Abouk Nyamanga, Embaixador da República Unida da Tanzânia na UE, afirmou que: “ A caça sustentável dá vida à comunidade e é um pilar fundamental para a conservação sustentável.” Ao mesmo tempo, ele enfatizou a necessidade de tomar decisões baseadas na ciência, ao mesmo tempo em que fornece vários exemplos de iniciativas locais que beneficiam as comunidades e a conservação.

As várias iniciativas e prioridades transversais da missão do Consórcio Internacional de Combate ao Crime contra a Vida Selvagem (ICCWC) foram apresentadas pelo Sr. Edward van Asch, Coordenador do ICCWC para a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).

O evento foi moderado pelo Sr. Michael 't Sas-Rolfes , Pesquisador Associado da Universidade de Oxford, que enfatizou que: “ Para conservar a biodiversidade de forma eficaz, precisamos de políticas diferenciadas que distingam entre o abate e o tráfico ilegais de vida selvagem (que devem ser desencorajados) e as formas de uso e comércio que sejam legais e sustentáveis. O Plano de Ação revisto da UE, devidamente aplicado, fornece um quadro muito útil para alcançar estes objetivos diferenciados ”.

LinK:

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